PARA REFLETIR

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domingo, 18 de julho de 2010

Propostas dos principais candidatos ao governo publicadas aos domingos

Roger Pereira

Aos domingos, Paraná Online publica propostas dos principais candidatos ao governo

Um dos temas que mais despertam a preocupação do eleitor paranaense é a Segurança Pública. O crescimento da violência no campo e na cidade, a cooptação dos jovens para o mundo das drogas e do crime organizado e as condições de trabalho da polícia causam medo à população paranaense, que tem, em seu estado, duas cidades entre as cinco mais violentas do País e vê sua capital atingir índices de criminalidade semelhantes aos de Rio de Janeiro e São Paulo. Confira as propostas dos quatro candidatos ao governo do Paraná melhores classificados
nas pesquisas de intenção de voto para a área da Segurança Pública.

OSMAR DIAS - 12 - PDT

http://www.parana-online.com.br/media/uploads/2010/julho/18-07-10/pol09180710.pngAtuar em duas frentes: modernização da gestão policial e o combate ao tráfico de drogas. O plano de governo de Osmar estabelece criação de novos sistemas de gestão, incluindo unificação de protocolo, investimentos em inteligência, readequação, aumento e qualificação do efetivo policial (Militar, Civil e Científica). Valorizar o policial e melhorar as suas condições de trabalho. Novos planos de carreira e remuneração, uso de critérios técnicos para promover, nomear e prover assistência jurídica a policiais no cumprimento do dever. Melhorar o policiamento repressivo, reestruturando e criando novas delegacias especializadas (crimes contra crianças, adolescentes, idosos e homossexuais).

Para o combate às drogas, criar um órgão anti-drogas para realizar campanhas e ações preventivas; revitalizar e implantar unidades qualificadas de combate ao crime organizado; operações especiais contra narcotraficantes; operar policiamento escolar (fixo e móvel); redes de proteção social (policias, Poder Judiciário, Ministério Público, universidades, prefeituras e outras entidades); centros de recuperação para dependentes químicos (capital e interior) e ações de assistência e inclusão social em parceria com entidades do terceiro setor.

Aproximar a polícia da comunidade, promovendo a melhoria do atendimento às pessoas; apoio aos conselhos comunitários e municipais de segurança. Intolerância às ações criminais com a implantação de Centros Integrados de Segurança Pública (CISPs), novo conceito de polícia para integrar estratégica e operacionalmente as forças policiais (Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal); supervisionados por um conselho estadual; assessorados pela comunidade; instalados gradualmente nas regiões de maior concentração populacional; com pessoal treinado e suporte para o desempenho adequado; bem como, proporcionando melhoria no atendimento à população, 24 horas por dia.

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Essas ações não serão isoladas, mas parte de um conjunto que abrange desenvolvimento econômico, formação profissional, educação, esporte e, especialmente, suporte familiar e envolvendo, necessariamente todas as esferas de governo. Gerando oportunidades nas cidades do interior e em locais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Só assim será possível desafogar as regiões metropolitanas do Paraná e combater os bolsões de pobreza que formam um anel de medo e violência ao redor das grandes cidades paranaenses, em especial da capital.

BETO RICHA - 45 - PSDB

http://www.parana-online.com.br/media/uploads/2010/julho/18-07-10/pol08180710.pngAmpliar o efetivo das polícias de acordo com critérios técnicos. Aumentar o efetivo operacional diminuindo o efetivo administrativo. Polícia Civil especializada, tornando-se uma polícia judiciária. Criação de instituto autônomo, que abranja perícia e medicina legal, autossuficiente. Requalificação dos peritos e criação de novas seções técnicas no interior e seções técnicas móveis. Tornar o Corpo de Bombeiros independente; passar a coordenação estadual da Defesa Civil ao Corpo de Bombeiros; migrar o Siate para o modelo de atendimento resgate pré-hospitalar; interiorizar os serviços de bombeiros às cidades de pequeno e médio porte. Avaliação de desempenho policial, corrigindo os rumos e avaliando os resultados obtidos. Criar programas para prevenção e controle do estresse profissional.

Em relação às drogas, combater o narcotráfico. Racionalizar efetivos, evitando a superposição atual de forças tarefas. Fortalecer o serviço Narcodenúncia (181), agregando setor de análise. As apreensões de drogas terão reflexos no salário do policial. O usuário de drogas será tratado em rede conjunta da Saúde Pública, com política efetiva de redução de danos. Melhorar a estrutura da administração penitenciária.

Novas Penitenciárias para Jovens, interiorização de penitenciárias femininas e CDP femininos. Construir presídios industriais. Elaborar projetos para o compartilhamento dos dados de criminosos para todas as áreas de segurança pública. Instalação de câmeras nos principais logradouros públicos. Uso de armas não letais pelos policiais. Criar, desenvolver ou adquirir software para rastrear crimes cibernéticos.

Combate aos crimes de "colarinho branco". Modificar o Núcleo de Combate aos Crimes Econômicos (Nurce) e unificar com o Núcleo de Combate aos Crimes Informáticos. Pacificar os confrontos agrários. Inovar a atuação policial para garantir a segurança no campo, preferencialmente, sem o emprego de força, afastando confronto e preparando nova metodologia de contato com os movimentos sociais. Preparar os policiais militares e bombeiros para atuarem na Copa do Mundo de 2014. Fortalecer o treinamento de policiais militares e bombeiros em ações de risco grave, como ações anti-sequestro, ações antiatentado, antibomba e similares.

Criar o Gabinete de Gestão Integrada Estadual. Fortalecer os conselhos comunitários de segurança e criar o Conselho Estadual de Segurança Pública. Incentivo à criação e regulamentação de guardas municipais e reativação dos Módulos de Policiamento.

PAULO SALAMUNI - 43 - PV

http://www.parana-online.com.br/media/uploads/2010/julho/18-07-10/pol10180710.pngNão à violência, seja no ambiente social, seja no ambiente doméstico. Proteção do indivíduo em todos os níveis. A segurança aflige a população do Paraná. Uma eficaz política de segurança precisa da reorganização da força policial com a destaque aos grupos de inteligência para o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas, o combate à criminalidade de forma eficaz e inteligente, com estatísticas, planejamento e tecnologia, e a melhoria das condições
de trabalho dos policiais.

As diversas secretarias de Estado mobilizadas para atuar no espaço urbano. Capacitação tecnológica das polícias para monitorar de forma remota os espaços públicos; traçar o perfil de vítimas e delinqüentes, de modo a permitir ações governamentais dirigidas à população alvo do crime. Interligar as informações sobre segurança pública e disponibilizá-las em tempo real. Delegacias e batalhões reequipados.

Treinamento contínuo e melhor remuneração aos policiais e agentes de segurança. Por meio do Mapa do Crime, adotar a ideia das Unidades de Polícia Pacificadora, já usada no Rio de Janeiro. Política Pública Mães pela paz: criar em cada comunidade um organismo ou conselho gerido pelas mães que ali residem, com o objetivo de discutir ações que barrem a cooptação de seus filhos pelo crime organizado. Em grupo este conselho, apoiado pelos poderes públicos estadual e municipal, promoverá ações de inclusão de cidadania para seus filhos.

LUIZ BERGMANN - 50 - PSOL

http://www.parana-online.com.br/media/uploads/2010/julho/18-07-10/pol07180710.pngA violência na sociedade não será combatida de forma definitiva apenas com o uso da polícia. Ir à raiz do problema. A raiz da violência está na desigualdade social no Brasil e no Paraná. O modelo de desenvolvimento adotado a partir dos anos 1960, quando o capitalismo avançou no campo, concentrando terras expulsou 50 milhões de camponeses para as capitais e cidades médias. O crescimento das cidades foi rápido e desordenado, surgindo as favelas. Esses fatores, aliados a falta de trabalho e falta de políticas públicas para a infância e a juventude, são os responsáveis pelo crescimento da violência. Some-se a isso uma polícia desequipada, em número insuficiente, muito mal remunerada e com condições de trabalho desumanas.

Defendemos como solução para a violência a adoção pelo estado de políticas sociais e de distribuição da riqueza, que dêem condições dignas às pessoas: reforma agrária para acabar com a violência no campo e evitar o crescimento das cidades, estimulando ainda aqueles que vivem nas periferias a voltar para o campo; reforma urbana que dê casa digna, saneamento básico, saúde e educação a todos; políticas sociais voltadas a impedir que a juventude seja vítima dos traficantes, como escolas em tempo integral, políticas de acesso a cultura e de inclusão digital; treinar a polícia para que atue com estrito respeito aos direitos humanos, que tenha os equipamentos adequados, remuneração digna e policiais em número suficiente para dar conta do trabalho; investir na defensoria pública para que os pobres tenham acesso à justiça e possam se defender das ilegalidades e das arbitrariedades do estado.

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